Página inicialHistórias10 dicas para contar a história do desenvolvimento infantil no Brasil
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10 dicas para contar a história do desenvolvimento infantil no Brasil

Quando nós, na FMCSV (Fundação Maria Cecília Souto Vidigal) e parceiros, iniciamos em 2011 o Núcleo Ciência Pela Infância – nossa iniciativa de Desenvolvimento na Primeira Infância -, já sabíamos efetivamente que traduzir e comunicar a ciência da primeira infância seria fundamental para alcançar nosso objetivo de mobilizar para a mudança. Para construir uma estratégia de comunicação bem-sucedida, nós primeiro precisávamos entender as percepções que as pessoas têm hoje sobre desenvolvimento infantil. Com o apoio da Fundação Bernard van Leer, contratamos o Instituto FrameWorks para investigar.

Quando nós, na FMCSV (Fundação Maria Cecília Souto Vidigal) e parceiros, iniciamos em 2011 o Núcleo Ciência Pela Infância – nossa iniciativa de Desenvolvimento na Primeira Infância -, já sabíamos efetivamente que traduzir e comunicar a ciência da primeira infância seria fundamental para alcançar nosso objetivo de mobilizar para a mudança. Para construir uma estratégia de comunicação bem-sucedida, nós primeiro precisávamos entender as percepções que as pessoas têm hoje sobre desenvolvimento infantil. Com o apoio da Fundação Bernard van Leer, contratamos o Instituto FrameWorks para investigar.

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Photo: Guga Ferri

A pesquisa mostrou que a maioria dos brasileiros já tem consciência da importância para o desenvolvimento infantil da relação entre a criança e o ambiente – uma importante sobreposição com a compreensão científica. No entanto, as pessoas não avaliam a importância do desenvolvimento do cérebro durante o primeiro ano, e em lugar disso focam no crescimento físico e nas habilidades do bebê. Muitos carregavam a impressão equivocada de que o desenvolvimento cognitivo não começa a se tornar importante até a idade em que as pessoas tendem a ter suas próprias e conscientes primeiras lembranças da infância – isto é, em torno da idade escolar.

A pesquisa também descobriu que as pessoas conceituavam uma separação de responsabilidades entre família e escola, com a família cuidando da educação moral das crianças e a escola cuidando de seu aprendizado cognitivo, ao invés de avaliar a necessidade de pais e escolas trabalharem em parceria.

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Photo: Guga Ferri

Da experiência de traduzir o conhecimento adquirido pela pesquisa em uma estratégia de comunicação mais eficaz, nós podemos sugerir algumas dicas de como comunicar sobre o tema no Brasil.

Faça:

  • Enfatize que o “desenvolvimento” de um bebê não é apenas sobre coisas como agarrar objetos, sentar, rastejar e andar, mas também sobre coisas como brincar, ser permitido explorar, ouvir a linguagem, ser confortado quando estão infelizes e sentir-se seguros e protegidos nos braços de um adulto.
  • Explique a importância do desenvolvimento do cérebro durante a primeira infância – como é vital estabelecer bases sólidas para o futuro da criança.
  • Sublinhe que o desenvolvimento do cérebro acontece de maneira mais eficaz através de interações entre a criança e outras pessoas com quem a criança desfruta de um relacionamento estável e amoroso.
  • Identifique, em termos concretos, os problemas mais comuns que perturbam o desenvolvimento saudável da criança – violência, falta de saneamento, falta de infraestrutura de saúde e educação, acidentes domésticos e assim por diante.
  • Escolha porta-vozes que sejam profissionalmente críveis e capazes de comunicar mensagens científicas sem parecer arrogantes.

 

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Photo: Guga Ferri

Evite:

  • Dar a impressão de que legisladores ou cientistas devem ser capazes de ditar normas de como as famílias devem criar seus filhos, independentemente das aspirações das famílias.
    Usar o termo “primeira infância” sem se referir explicitamente à faixa etária em questão.
  • Usar palavras como “memória” e “armazenamento” ao falar de desenvolvimento cognitivo, como se elas pudessem reforçar a impressão de que o desenvolvimento cognitivo começa apenas quando a criança tem idade suficiente para formar memórias conscientes.
  • Fazer com que os pais de crianças pequenas pensem que não há nada que possam fazer se vivem em meio à violência e à pobreza, pois relacionamentos amorosos podem proteger as crianças de muitos dos efeitos negativos.
  • Fazer com que os pais de crianças mais velhas se sintam culpados e desamparados quanto às coisas que não fizeram quando seus filhos eram menores – isso ajuda corretamente nos primeiros anos de vida, mas não determinam completamente o destino de uma criança.
  • Mobilizar para a mudança é sempre um desafio. É importante transmitir a mensagem correta, ser objetivo, envolvente, focado e repeti-la sempre.

 

Ref. Lembrar, Espelhar e Experimentar: Distanciamento e sobreposições entre público e especialistas brasileiros sobre desenvolvimento na primeira infância. Instituto FrameWorks, Janeiro 2014.

Autor: Roberta Rivellino, Manager de Comunicações e Marca da FMCSV, uma parceira do Núcleo Ciência Pela Infância.

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