Página inicialHistóriasOrientação e conexão: o que estamos fazendo para que as cidades se interessem pelo programa Urban95
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Orientação e conexão: o que estamos fazendo para que as cidades se interessem pelo programa Urban95

Comecei a trabalhar com a iniciativa Urban95 da Fundação Bernard van Leer alguns meses atrás, depois de deixar a KaBOOM!, a organização americana sem fins lucrativos que eu dirigi por 20 anos. No início, a atividade da KaBOOM! centrou-se na construção de parquinhos, mas nos últimos anos adotamos uma abordagem que, descobri, era semelhante a do Urban95: devemos ir além, e pensar sobre o caminho que as crianças percorrem para chegar aos parques e outras oportunidades para criar espaços urbanos para brincar e aprender.

Comecei a trabalhar com a iniciativa Urban95 da Fundação Bernard van Leer alguns meses atrás, depois de deixar a KaBOOM!, a organização americana sem fins lucrativos que eu dirigi por 20 anos. No início, a atividade da KaBOOM! centrou-se na construção de parquinhos, mas nos últimos anos adotamos uma abordagem que, descobri, era semelhante a do Urban95: devemos ir além, e pensar sobre o caminho que as crianças percorrem para chegar aos parques e outras oportunidades para criar espaços urbanos para brincar e aprender.

Assim, estou entusiasmado em poder ampliar meus horizontes, passando da América do Norte para a arena internacional; de um projeto focado em parques para uma visão mais holística do espaço urbano.

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E essa é a mensagem que queremos transmitir às cidades: a necessidade de considerar até mesmo as crianças mais jovens em todos os aspectos da vida urbana. Os governos locais tendem a pensar apenas na infância quando desenvolvem medidas relacionadas ao lazer e aos parques, de maneira que constroem um parque infantil e consideram que seu dever já está cumprido. Mas o departamento de planejamento precisa também pensar nas crianças mais novas – quão fácil é atravessar a rua que leva ao parque? O mesmo vale para o departamento de saúde pública – é perigoso brincar ao ar livre devido à poluição do ar?

Não é necessário criar um departamento específico apenas para tratar dos cidadãos mais jovens. O que de fato é necessário é que cada membro do governo local avalie como suas decisões afetam a vida daqueles que nascem e crescem na cidade.

Isso é o que está sendo feito em Tirana (Albânia), onde resido agora. Aliás, minha transferência para esta cidade com minha esposa, que trabalha para o US Peace Corps (Corpo da Paz do governo americano), coincidiu com o tempo em que eu estava colaborando na avaliação das propostas apresentadas ao Urban95 Challenge (desafio Urban95), da Fundação Bernard van Leer (cujo nome se refere à altura média de um filho saudável de três anos de idade: 95 cm). E um dos projetos vencedores foi a ideia do governo local de Tirana de criar a figura do diretor de políticas infantis, que teria como funções não só avaliar como as decisões dos diferentes departamentos municipais impactam as vidas das crianças pequenas, como também oferecer e fornecer orientações a respeito.

Conheci o prefeito da cidade, Erion Veliaj, e estamos estudando a possibilidade de Tirana ser uma das dez cidades a construir alianças-piloto com Urban95. Ao mesmo tempo, estou satisfeito com o diálogo sendo construído com outras cidades que já participam ou podem vir a participar do Urban95, como Bogotá e Recife.

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Há uma constante nessas conversas: as pessoas estão interessadas no tema. Todos gostam da ideia de melhorar as cidades para as crianças pequenas e suas famílias, mas não sabem como fazer isso. Estão com “sede de conhecimento”, e querem receitas e ferramentas. Em muitos aspectos do planejamento urbano, após décadas de trabalho, muito já foi feito. Existem especialistas de prestígio e práticas efetivas bem estabelecidas. Por outro lado, quando se trata de projetar cidades adequadas para crianças, há muito mais por fazer e tentamos avançar o mais rápido possível.

Assim, decidimos abordar a tarefa em duas frentes: orientação e conexão. Parte do meu trabalho é fornecer ajuda e assistência técnica e apoiar as autoridades das cidades, e parte é construir uma rede internacional de pessoas que estão inovando neste campo e podem compartilhar suas experiências para aprender uns com os outros.

O Urban95 challenge (desafio Urban95) financiou projetos inspiradores que apresentarão novas perspectivas – literalmente, no caso de cineastas turcos que estão produzindo um comentário em Istambul a partir de uma altura de 95 cm para que os adultos possam entender como uma criança pequena vê a cidade. Outro ganhador do Urban95 challenge é a plataforma The City at Eye Level, que agora está criando uma nova seção chamada “A cidade vista na altura dos olhos das crianças” (City at Eye Level for Kids), o que mostra que o interesse pela experiência urbana das crianças está se ganhando relevância.

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Também estamos desenvolvendo as orientações práticas que nos solicitam as autoridades municipais. Uma ideia possível, que agora está sendo experimentada em Bogotá, é a criação de “Zonas Prioritárias para Crianças”. Definidas como a área em um raio de 150 a 200 metros em torno de uma “instituição âncora”, como, por exemplo, um centro de assistência à infância. Nesta área seriam desenvolvidas inovações para a diminuição da velocidade viária, a melhoria de calçadas, a ampliação das ciclovias…. Se as medidas funcionarem nesta fase piloto, elas poderão ser implementadas por toda a cidade.

A Zona Prioritária para Crianças é uma das várias ideias que incluiremos no ‘kit de iniciação” para as autoridades municipais que serão apresentadas no evento CityLab em Paris.


Acompanhe a equipe da BvLF no CityLab em Paris de 22 a 24 de outubro ao vivo no Twitter ou procure por # Urban95, #CityLabParis. Você também pode nos seguir no Facebook ou Instagram ou se inscrever na Newsletter Urban95.

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